“A). Coloco a hashtag #PraCegoVer.
B). Anuncio o tipo de imagem: fotografia, cartum, tirinha, ilustração…
C). Começo a descrever da esquerda para a direita, de cima para baixo [a ordem natural de escrita e leitura ocidental]
D). Informo as cores: Fotografia em tons de cinza, em tons de sépia, em branco e preto [se a foto for colorida, não precisa informar “fotografia colorida”, porque você vai dizer as cores dos elementos da foto na descrição e a indicação ficará redundante. Se você já vai dizer que a moça está de casaco vermelho, ao lado de flores amarelas, não preciso dizer que a foto é colorida].
E). Descrevo todos os elementos de um determinado ponto da foto e só depois passo para o próximo ponto, criando uma sequência lógica.
F). Descrevo com períodos curtos [se posso falar com 3 palavras, não vou usar 5].
G). Gosto de começar pelos elementos menos importantes, contextualizando a cena, e vou afunilando até chegar ao clímax, no ponto chave da imagem.
H). Evite adjetivos. Se algo é lindo, feio, agradável a pessoa com deficiência é quem vai decidir, a partir da descrição feita. Capriche!”
O que é a hashtag #PraCegoVer e porquê usamos em nossas redes sociais
Se você nos segue no Facebook e Instagram, já deve ter reparado que ao final de cada postagem usamos a hashtag #PraCegoVer. O que nem todo mundo sabe é o que ela significa e qual o objetivo pelo qual nós usamos, assim como tantas outras instituições públicas, privadas, multinacionais e governamentais, como Ministério Público Federal, Avon, Coca-Cola e centenas de outros exemplos.
A hashtag foi criada por Patrícia (Braille) Silva de Jesus, professora desde os 16 anos, que em 4 de janeiro de 2012 criou oficialmente o projeto. O objetivo é claro: promover a acessibilidade nas redes sociais para cegos através da audiodescrição de imagens.
A audiodescrição nada mais é do que descrever a imagem em palavras, não esquecendo, claro, alguns critérios. Além de ajudar pessoas cegas, beneficia pessoas com dislexia, deficiência intelectual ou com déficit de atenção, por exemplo. A audiodescrição, obviamente, não substitui a visão, mas é uma forma de fazer com que deficientes visuais tenham acesso aos conteúdos postados nas redes sociais. Patrícia explica, na página oficial do projeto no Facebook, que, atualmente, pessoas cegas usam o Facebook com auxílio de programas leitores de tela capazes de transformar em voz o conteúdo dos sites. Contudo, as imagens necessitam ser descritas, para que os leitores consigam transmiti-las às pessoas com deficiência visual.
Na página oficial do projeto, Patrícia também deu algumas dicas de como utilizar a hashtag #PraCegoVer. Se liga no passo a passo!
Nós aprendemos muito com essas dicas e vamos cada dia mais aperfeiçoar o uso da hashtag #PraCegoVer, buscando promover a acessibilidade. Obrigada, Patrícia, por essa iniciativa tão bacana.
Você já conhecia esse projeto? O que acha da ideia? Vamos bater um papo através dos comentários!